segunda-feira, 25 de maio de 2015

Turbilhão

A quietude é a minha preferência, sempre. Antes o mar calmo, que as ondas do surfista. Eu nunca seria um caçador de tornados, porque é no cicío que está o que procuro. A cabeça cheia é turbilhão de palavras e aí vem elas!

Os turbilhões precisam ser organizados, eles não conseguem fazer isso sozinhos. Faço isso escrevendo, esquadrinho cada ponto de energia volátil em frases e parágrafos. Assim acalmo o turbilhão interno e o transformo em realidade perceptível, possível e concluo que não é loucura, mas acúmulo, que não é bom carregar por muito tempo. Bom mesmo é fazê-lo agradável aos olhos e ouvidos. Eu o canalizo e compartimento.

A pressão interna causada pelo turbilhão precisa ser canalizada. Eu faço o bem. Converto o mal de dentro em bem de fora. E o bem fora pertence a todos. É melhor que seja de dois do que de um só. Bem multiplicado torna o turbilhão externo ameno, mostra o quanto ele pode ser reaproveitado. O bem de fora é a deliciosa mousse feita do limão de dentro.

Quando revelo o quanto posso me fazer valer de um turbilhão, sou mestre de tantos quantos desejem descobrir que seus turbilhões podem reverter-se em brisas frescas de verão não só para um, mas para, pelo menos, dois.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Do Sorriso



O vento da caminhada
A lembrança das meninas
Um monte de bananada
Tudo me faz dar risada

A rotina lenta das casas
O sabor uno de um beijo
Voar mesmo sem asas
Desejar fugir de lampejo
Um sorriso, uma risada
Olhar para o mais alto monte
Dar mais tempo ao vermelho horizonte
Um sorriso logo responde

O leve sorriso dela
As largas risadas deles
A gargalhada mais bela
Quero tudo isso mais vezes.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Palavreiro



Eu sou um Palavreiro.
Palavreiros são seres que têm palavras como instrumentos.
Palavras enchem guarda-roupas e esses seres se vestem de palavras.
Verbos, adjetivos, animadas ou estáticas, tendo graça ele usa.

O Palavreiro tem na cabeça letras neuroniais.
Elas se conectam resultando em turbilhão de sintagmas.
Grito a todos os palavreiros do mundo que deixem fluir esse rio de frases!
Essa enxurrada de comunicação!

Um Palavreiro ama e respeita as palavras. São tesouro. São ouro.
São as próprias células lançadas como flechas aos corações que não discernem as próprias emoções, onde o Palavreiro também é tradutor.
Eu sou um Palavreiro. E ai de quem diga que não!
Minhas elas são, emoção ou não, minhas e de quem mais estiver sem chão.